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domingo, 15 de maio de 2011

Aula de 9 de maio

Na aula do dia, tratamos os seguintes temas:
A laranja da crônica,
toda a pag 5
Comparação.
Metáfora
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quarta-feira, 4 de maio de 2011

AULA DE PORTUGUÉS - A LARANJA DA CRÔNICA - 03/05

A  LARANJA  DA  CRÔNICA Carlos Eduardo Novaes
(Prefácio do livro A cadeira do dentista e outras crônicas. Coleção "Para Gostar de Ler" – Volume 15 – São Paulo, Editora Ática, 1995.)
    São 25 crônicas que virão a seguir, escolhidas e selecionadas, como frutas para exportação, na plantação de textos do meu latifúndio literário (24 livros).
    O pomar da literatura, vocês sabem, é composto de diferentes espécies: a poesia, que, pela sua delicadeza, compara à uva; o romance, que, pela sua densidade, me lembra uma jaca (não dá para comer toda de uma vez e se presta muito para fazer doces e filmes); o conto, que, para ter qualidade, precisa ser redondo como uma lima; a novela, que, a meio caminho entre o conto e o romance, poderia ser um melão; e a crônica, que, pela variedade e popularidade, equivale à laranja.
    O conto e a crônica, como se vê, são parecidos e às vezes até confundidos sob um olhar apressado. O conto, como a lima, tem a casca mais fina e pode ser mais agradável a um paladar delicado. A crônica, casca mais grossa, não requer tantos cuidados para frutificar. Cresce até em publicações periódicas, como jornais e revistas, mas nem por isso seu valor nutritivo é menor: contém todas as vitaminas necessárias à formação de um leitor.
    As crônicas, como as laranjas, podem ser doces ou azedas; consumidas em gomos ou pedaços, na poltrona de casa, ou virar suco, espremidas nas salas de aula.
    Para quem está começando agora a percorrer os caminhos desse delicioso pomar, devo dizer que as duas dúzias de crônicas que estou oferecendo (vai mais uma de "quebra") são azedinhas, muito cítricas (ou críticas), mas, espero, bastante saborosas. Faço votos que vocês se deliciem com elas, que lhes matem a sede de leitura e – último aviso – não esqueçam de cuspir os caroços.
 
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AULA DE PORTUGUÈS - GÊNERO CRÔNICA - 03/05

ALGUMAS  CARACTERÍSTICAS DA  CRÔNICA
 
  1. 1-       Algumas características abaixo foram citadas por vários autores que tentaram entender a crônica enquanto estilo literário:


  • Temática ligada à vida cotidiana;
  • Narrativa informal, familiar, intimista, uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial;
  • Síntese, brevidade;
  • Dose de lirismo (geralmente escrito na primeira pessoa);
  • Natureza ensaística; mistura de tipos textuais (narração, descrição, opinião, etc.)
  • Leveza; diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada; uso do humor;
  • Efímero por ser um gênero de publicaçã periódica (em jornais)
  • Uso do fato como meio ou pretexto para o artista exercer seu estilo e criatividade;
  • É um fato moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna. 
    1. 2 -   Escolha a opção certa ou complete com o verbo entre parênteses no tempo adequado: 


    ...No Brasil, a crônica se consolidou por volta de (por volta de - perto de)...  (ver embaixo)


    Crônica: um gênero literário
    Fonte: www.sitedeliteratura.cjb.net      
    A crônica é um gênero literário que, a princípio, era um "relato cronológico dos fatos sucedidos em qualquer lugar"1, isto é, uma narração de episódios históricos. Era a chamada "crônica histórica" (como a medieval). Essa relação de tempo e memória está relacionada com a própria origem grega da palavra, Chronos, que significa tempo. Portanto, a crônica, desde sua origem, é um "relato em permanente relação com o tempo, de onde tira, como memória escrita, sua matéria principal, o que fica do vivido"2.
            A crônica se afastou da História com o avanço da imprensa e do jornal. Tornou-se "Folhetim". João Roberto Faria no prefácio de Crônicas Escolhidas de José de Alencar nos explica:


    "Naqueles tempos, a crônica chamava-se folhetim e não tinha as características que tem hoje. Era um texto mais longo, publicado geralmente aos domingos no rodapé da primeira página do jornal, e seu primeiro objetivo era comentar e passar em revista os principais fatos da semana, fossem eles alegres ou tristes, sérios ou banais, econômicos ou políticos, sociais ou culturais. O resultado, para dar um exemplo, é que num único folhetim podiam estar, lado a lado, notícias sobre a guerra da Criméia, uma apreciação do espetáculo lírico que acabara de estrear, críticas às especulações na Bolsa e a descrição de um baile no Cassino."3
            O folhetim fazia parte da estrutura dos jornais, era informativa e crítica. Aos poucos foi se afastando e se constituindo como gênero literário: a linguagem se tornou mais leve, mas com uma elaboração interna complexa, carregando a força da poesia e do humor.
            Ainda hoje há a relação da crônica e o jornalismo. Os jornais ainda publicam crônicas diariamente, mas seu aspecto literário já é indiscutível. O próprio fato de conviver com o efêmero propicia uma comunicação que deve ser reveladora, sensível, insinuante e despretenciosa como só a literatura pode ser. É "uma forma de conhecimento de meandros sutis de nossa realidade e de nossa história..."2.
            No Brasil, a crônica se consolidou por volta de (
    por volta de - perto de) 1930 e atualmente vem adquirindo (adquirir) uma importância maior em nossa literatura graças aos excelentes escritores que resolveram se dedicar exclusivamente a ela, como Rubem Braga e Luís Fernando Veríssimo, além dos grandes (além dos grandes - aliás dos) autores brasileiros, como Machado de Assis, José de Alencar e Carlos Drummond de Andrade, que também resolveram dedicar seus talentos a esse gênero. (Todo -Tudo) Tudo isso fez com que a crônica se desenvolvesse (desenvolver-se) no Brasil de forma extremamente significativa.
               Na crônica, "Tudo é vida, tudo é motivo de experiência e reflexão, ou simplesmente de divertimento, de esquecimento momentâneo de nós mesmos a troco do sonho ou da piada que nos transporta ao mundo da imaginação. Para voltarmos mais maduros à vida..."4.
       

    1 - Afrânio Coutinho - "A literatura no Brasil" - Volume III - RJ: Livr. São José, 1964.
    2 - Davi Arrigucci Jr. - "Fragmentos sobre a crônica" - Folha de São Paulo, 01/05/87.
    3- João Roberto Faria no prefácio (Alenaar conversa com os seus leitores) de "Crônicas escolhidas - José de Alencar" - São Paulo: Ed. Ática e Folha de São Paulo, 1995.
    4 - Antônio Cândido no artigo "A vida ao rés-do-chão".






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