quarta-feira, 4 de maio de 2011

AULA DE PORTUGUÈS - GÊNERO CRÔNICA - 03/05

ALGUMAS  CARACTERÍSTICAS DA  CRÔNICA
 
  1. 1-       Algumas características abaixo foram citadas por vários autores que tentaram entender a crônica enquanto estilo literário:


  • Temática ligada à vida cotidiana;
  • Narrativa informal, familiar, intimista, uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial;
  • Síntese, brevidade;
  • Dose de lirismo (geralmente escrito na primeira pessoa);
  • Natureza ensaística; mistura de tipos textuais (narração, descrição, opinião, etc.)
  • Leveza; diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada; uso do humor;
  • Efímero por ser um gênero de publicaçã periódica (em jornais)
  • Uso do fato como meio ou pretexto para o artista exercer seu estilo e criatividade;
  • É um fato moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna. 
    1. 2 -   Escolha a opção certa ou complete com o verbo entre parênteses no tempo adequado: 


    ...No Brasil, a crônica se consolidou por volta de (por volta de - perto de)...  (ver embaixo)


    Crônica: um gênero literário
    Fonte: www.sitedeliteratura.cjb.net      
    A crônica é um gênero literário que, a princípio, era um "relato cronológico dos fatos sucedidos em qualquer lugar"1, isto é, uma narração de episódios históricos. Era a chamada "crônica histórica" (como a medieval). Essa relação de tempo e memória está relacionada com a própria origem grega da palavra, Chronos, que significa tempo. Portanto, a crônica, desde sua origem, é um "relato em permanente relação com o tempo, de onde tira, como memória escrita, sua matéria principal, o que fica do vivido"2.
            A crônica se afastou da História com o avanço da imprensa e do jornal. Tornou-se "Folhetim". João Roberto Faria no prefácio de Crônicas Escolhidas de José de Alencar nos explica:


    "Naqueles tempos, a crônica chamava-se folhetim e não tinha as características que tem hoje. Era um texto mais longo, publicado geralmente aos domingos no rodapé da primeira página do jornal, e seu primeiro objetivo era comentar e passar em revista os principais fatos da semana, fossem eles alegres ou tristes, sérios ou banais, econômicos ou políticos, sociais ou culturais. O resultado, para dar um exemplo, é que num único folhetim podiam estar, lado a lado, notícias sobre a guerra da Criméia, uma apreciação do espetáculo lírico que acabara de estrear, críticas às especulações na Bolsa e a descrição de um baile no Cassino."3
            O folhetim fazia parte da estrutura dos jornais, era informativa e crítica. Aos poucos foi se afastando e se constituindo como gênero literário: a linguagem se tornou mais leve, mas com uma elaboração interna complexa, carregando a força da poesia e do humor.
            Ainda hoje há a relação da crônica e o jornalismo. Os jornais ainda publicam crônicas diariamente, mas seu aspecto literário já é indiscutível. O próprio fato de conviver com o efêmero propicia uma comunicação que deve ser reveladora, sensível, insinuante e despretenciosa como só a literatura pode ser. É "uma forma de conhecimento de meandros sutis de nossa realidade e de nossa história..."2.
            No Brasil, a crônica se consolidou por volta de (
    por volta de - perto de) 1930 e atualmente vem adquirindo (adquirir) uma importância maior em nossa literatura graças aos excelentes escritores que resolveram se dedicar exclusivamente a ela, como Rubem Braga e Luís Fernando Veríssimo, além dos grandes (além dos grandes - aliás dos) autores brasileiros, como Machado de Assis, José de Alencar e Carlos Drummond de Andrade, que também resolveram dedicar seus talentos a esse gênero. (Todo -Tudo) Tudo isso fez com que a crônica se desenvolvesse (desenvolver-se) no Brasil de forma extremamente significativa.
               Na crônica, "Tudo é vida, tudo é motivo de experiência e reflexão, ou simplesmente de divertimento, de esquecimento momentâneo de nós mesmos a troco do sonho ou da piada que nos transporta ao mundo da imaginação. Para voltarmos mais maduros à vida..."4.
       

    1 - Afrânio Coutinho - "A literatura no Brasil" - Volume III - RJ: Livr. São José, 1964.
    2 - Davi Arrigucci Jr. - "Fragmentos sobre a crônica" - Folha de São Paulo, 01/05/87.
    3- João Roberto Faria no prefácio (Alenaar conversa com os seus leitores) de "Crônicas escolhidas - José de Alencar" - São Paulo: Ed. Ática e Folha de São Paulo, 1995.
    4 - Antônio Cândido no artigo "A vida ao rés-do-chão".